sábado, 18 de dezembro de 2010

Paul McCartney diz que primeiro show em SP foi um dos melhores da carreira!


"It’s been an incredible year, I think you’ve got, I would pick two. I think Sao Paulo, 65,000 people the first show was amazing, the Brazilian people love their music and so we love to play to them and it was a stand out show. It was one of our top shows ever, and it was just brilliant, the audience was bananas and we have a great evening. And then I think you know you come down to the East room in the White House, smaller but just as great because of the Obamas' and the guests who were on the show so we had a great evening there too so I would choose those two".

"Tem sido um ano incrível, eu acho que vocês entenderam, eu escolherei dois. Eu acho que São Paulo, 65 mil pessoas. O primeiro show foi incrível, os brasileiros amam minha música, então nós amamos tocar para eles e foi uma apresentação fora de série. Foi um dos melhores shows de todos os tempos. Foi brilhante, o público estava insano e tivemos uma ótima noite. Então eu penso, você sabe, você vem para o East Room, na Casa Branca, foi menor, mas tão grandioso, por conta da presença de Obama e de outros convidados que estavam no show. Foi uma noite incrível e eu escolheria esses dois".

Esse foi o depoimento de Sir. Paul McCartney sobre o show do dia 21 de novembro de 2010, em São Paulo, no Morumbi...


EU ESTAVA LÁ!

Bem, já que aqui estou, falando sobre o show, nada mais justo do que contar como tudo aconteceu, desde o início, quando foi confirmada a presença deste gênio no Brasil!

Lembro que há tempos (post. http://ellenaquino.blogspot.com/2009/07/mccartney-in-brazil.html e http://ellenaquino.blogspot.com/2010/01/mccartney-in-brazil-ii.html) surgiram rumores de que McCartney faria turnê pelo Brasil e viria à Curitiba em abril de 2010, porém, passou abril e nada aconteceu.
Foi quando começaram os rumores da vinda dele a POA e SP! Eu e a Alyssa (irmã) juramos que iríamos, custasse o que custasse!
Quando começaram as vendas dos ingressos para São Paulo, inacreditavelmente, em poucos minutos eles se esgotaram e nos sentimos as piores pessoas da face da terra!

MAS VEIO A NOTÍCIA BOA! No DIA 22 de novembro (dia seguinte ao do show) McCartney apresentaria novo show, em razão dos MILHARES de fãs que ficaram sem os seus ingressos (apesar que muito filhinho de papai aí foi nos 3 shows!).

Do mesmo jeito, perdemos a pista prime, porque as vendas foram imediatas outra vez! MAS CONSEGUIMOS A PISTA COMUM! Para o dia 22, SEGUNDA-FEIRA!
Aí se iniciou uma nova saga: trocar os ingressos de segunda-feira por ingressos para o domingo.
Tá certo que a Alyssa é que fez tudo, mas... um dos ingressos era pra mim, então faço parte da história... rs
Enfim, depois de MUITA busca, a Alyssa conseguiu trocar os ingressos, mas tudo por internet. Um ela trocou pelo nosso de segunda-feira e outro ela comprou e lá venderia o outro de segunda-feira pra 'ressarcir' este que ela comprou de domingo...

Na sexta-feira, dia 19 de novembro embarcamos no ônibus, em Curitiba, rumo a São Paulo. De lá iríamos a São Caetano, onde a Mari (esposa do Alisson) morava com os pais. Fomos eu, Alyssa, Alisson, Mari e Dayani. A Dayani, quando chegou na rodoviária de São Paulo, no sábado dia 20, começou a chorar e queria voltar, mas eu disse que a vó dela era uma filha da **** por não ter dado dinheiro pra ela comprar o remédio dela e que devia morrer... Aí a Dayani acabou voltando ao normal... A vó dela está viva, graças a Deus.

Então chegamos na casa da Mari, a Marcela (irmã dela) se passou por empregada e eu acreditei. A mãe e o pai delas (Leninha e Mano) são muito queridos e muito 'hospitalares', rs. Dormimos alguns minutos, almoçamos e fomos para São Paulo começar a muamba de trocar ingresso aqui, vender outro ali e comprar outro acolá.
No fim do dia eu, a Alyssa e a Dayani parecíamos ter sido atropeladas, mas São Paulo é linda e não queríamos parar de caminhar pela Paulista, pela Augusta e pela Oscar Freire. Quase fomos no Comedians Comedy Club pra ver o Danilo Gentili, mas pensamos que seria muita audácia querer ver McCartney e Gentili numa única ida pra São Paulo...
Em uma das trocas de ingresso a Alyssa presenciou um assalto e disse que a única preocupação dela foi em perder algum ingresso. Nada importava: nem a própria vida. Só os ingressos! rs!

Mas... como não tinha jeito passar a noite caminhando por SP, pegamos o metrô e voltamos para a casa da Mari... jantamos, tomamos banho e fomos dormir... Tudo isto no sábado. Dia seguinte era o show.

Acordamos umas 14h. Sim, 14h mais ou menos, sendo que os portões abririam às 17h30!
Levantamos tranquilamente, almoçamos e saímos. Pegamos um metrô, daí trem, metrô, ônibus e MEU DEUS! O TEMPO COMEÇOU A CORRER! A Flávia e o Leo (namorado), que estavam desde às 6h da manhã na fila, não paravam de ligar e apressar a gente, porque os portões logo abririam e sempre repetiam que estava tranquilo pra furar e entrar na fila junto com eles...
Bem, chegamos lá 17h passadas... A FILA ESTAVA ABSURDAMENTE ENORME! ASSUSTADORA! E o Paul passando o som! Quase chorei essa hora, mas a ficha ainda não tinha caído!
Eu tive desejos de morrer, porque tinha MUITA GENTE e eu tinha certeza que não ia conseguir entrar no meio e teria de ficar horas na fila e pegar um lugar de merda no estádio!!
Mas, quando eu vi a Flávia, comecei a procurar um lugar pra pular a grade e alcançar ela, mas era impossível!
Fomos caminhando e, de repente, do meu lado, um cara chegou e pulou a cerca, daí eu olhie para a Alyssa e falei "É aqui mesmo, o cara pulou, vamos junto!", mas ainda fui ousada e andei uns dois passos onde estava mais vazio e melhor pra pular.
Quando eu pulei ouvi um grito "EEI EI!! VAI FURAR A FILA??" e eu, na maior cara de pau, olhei com uma cara de brava ainda, gritei "QUE FURAR! EU VOU ENTREGAR O INGRESSO PRA MENINA ALI!!" e entramos.
Só que a Flávia tava longe da gente, devia ter umas 30 ou 40 pessoas separando a gente dela.
Mas o incrível foi que a gente ficou ali, de cabeça baixa, conversando de quando em quando para não chamar a atenção e ESQUECERAM A GENTE! O pessoal que xingou e disse que estávamos furando, as pessoas na frente e atrás, TODOS ESQUECERAM e a gente ficou ali, como se estivéssemos na fila há um tempão!
Pouco tempo depois que chegamos os portões abriram e quando eu estava já passando pela revista eu não acreditei, acho que foi essa hora que começou a cair a real: eu estava prestes a ver um Beatle! UM BEATLE!
Quando eu entrei no estádio, vi aquele palco enorme, aquela multidão, gente correndo, gritando. Realmente, Paul, "the audience was bananas"! ESTÁVAMOS INSANOS! Era inacreditável, depois de quase 50 anos desde a criação da banda, estávamos ali, PERTO DA HORA MAIS FELIZ DAS NOSSAS VIDAS!
Saímos correndo, numa reação natural de qualquer beatlemaníaco, num instinto beatlemaníaco e paramos no meio, com uma multidão já na nossa frente! Eu já comecei a ter raiva, porque era uma gente alta que não deixava a gente enxergar o palco direito! Aí eu comecei a olhar em volta e vi um cantinho do lado direito. Decidi ir lá dar uma olhada e estava vazio! Aí voltei, chamei a Alyssa pra ela me certificar de que não era proibido ficar ali ou algo do gênero e ela quase chorou de tão feliz e começou a gritar chamando a Flávia e o Leo, porque era um lugar vazio e na GRADE! Era a gente e o palco. Na real era a gente, a pista prime e o palco, mas a pista prime não atrapalhava a vista!
Aí ficamos das 17h30 até às 21h esperando Paul McCartney e sempre relembrando como tínhamos sorte. Chegamos a pouquíssimos minutos da abertura dos portões e estávamos ali, num dos lugares privilegiados da pista comum! HAHAHA

Bem, a hora foi passando... passando... passando...
De repente faltavam poucos minutos para que Paul McCartney aparecesse no palco e começasse o show! MEU DEUS MEU DEUS! Dá vontade de chorar de relembrar!!
Alguns instantes antes de o relógio bater 21h, tudo ficou escuro e o palco foi iluminado bem no centro, com uma luz azul. Eu achei que era ele já e meu coração disparou de um jeito, eu achei que ia desmaiar! E não era!
Eu me concentrei então, porque quando fosse ele realmente, não sei o que aconteceria, e não queria de jeito nenhum passar mal e PERDER O SHOW!

21h: PAUL MCCARTNEY APARECE! O PÚBLICO FICA LOUCO, TODOS GRITAM, CHORAM, BERRAM, DESMAIAM, MORREM! AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

Começa o show... Venus and Mars, Jet, All my loving... THE LONG AND WINDING ROAD, I'v just seen his face, Blackbird, Here Today, Dance Tonight... Elanor Rigby, SOMETHING SOMETHING, MEU DEUS SOMETHING COMO EU CHOREI! Band on the run, Back in the U.S.S.R, A DAY IN THE LIFE/ GIVE PEACE A CHANCE FOI OUTRA QUE CHOREI TANTO, QUE NOSSA!! LET IT BE! Helter Skelter, Sgt. Peppers... THE END!

Quando chegou "The End" eu realmente chorei, mas chorei como se todas as pessoas da minha família tivessem morrido e eu nunca mais fosse vê-las! Eu soluçava e não conseguia nem falar! A Flávia e a Alyssa também soluçavam! Ninguém acreditava que já era meia-noite! Que 3 horas tinham passado assim, voando!
Que ele estava cantando "The End"! Não podia ser verdade! CARAMBA!

Mas, infelizmente era verdade: o fim chegou!

De repente, em meio aquele choro todo, Paul se despedindo, todos malucos querendo bis, Paul cai aquele tombo, pra fechar um dos melhores shows de sua carreira!

E RELEMBRO: EU ESTAVA LÁ!

OBRIGADA PAUL MCCARTNEY!
#ComeBackToBr

domingo, 18 de abril de 2010

A flor de Lótus


Vida Imortal

A Filosofia Oriental considera a planta de lótus como o símbolo da evolução ascensional do homem. Compara o corpo humano com o fundo lodoso do lago em que se acham as raízes da planta. Vê a mente nas hastes da planta que se lançam através da água. A alma é simbolizada pela flor de pétalas brancas que desabrocham na luz solar, imortalizando-se pela semente.
Terra - corpo
Água - mente
Luz - alma
As origens da Bhagavad Gita, que gira em torno da evolução do homem integral, remontam ao tempo dos Vedas, cerca de 5000 anos antes da Era Cristã. Mas as grander verdades contidas neste livro antecedem e ultrapassam todos os tempos.
Reproduzimos na capa deste livro uma flor de lótus, oriunda de uma semente que dormiu cerca de 50.000 (cincoenta mil) anos, e acordou em nosso século, fato esse que faz supor a existência duma vida potencial de duração quase ilimitada.
A história dessa flor é a seguinte:
Em 1920, um botânico japonês, por nome Ichiro Ohga, descobriu no leito seco de um lago da Manchúria um punhado de sementes de lótus. Segundo opinião dos peritos de três continentes, a idade dessas sementes remonta a uns 50.000 (cincoenta mil) anos antes da nossa Era.
Duas dessas sementes foram, em 1950, remetidas aos Estados Unidos, onde vieram parar nos Jardins Aquáticos de Kenilworth, Distrito Federal de Washington, sendo devidamente tratadas pelo insigne patologista botânico, Dr. Horace V. Wester. Sendo que essas sementes possuem um invólucro externo duríssimo, semelhante ao nosso coco, que as protege contra qualquer influência exterior, o Dr. Wester limou cuidadosamente uma das faces das sementes de lótus, a fim de lhes facilitar a penetração da umidade. Assim preparadas para a germinação, caso fossem vivas, colocou-as dentro de dois potes com terra e submergiu-as nas águas de um viveiro interno dos Jardins Aquáticos, porque era inverno, fevereiro de 1951.
Em julho do mesmo ano, pleno verão nos Estados Unidos, foram as duas sementes, assim acondicionadas, transferidas para um aquário ao ar livre, onde, dentro de poucos dias, começaram a germinar - com imensa estupefação do mundo profissional da América, Europa e Ásia.
Calculava o Dr. Wester que as duas lótus fossem florescer dentro de três anos: mas o fato é que a primeira desabrochou em 30 de junho de 1952, ostentando 16 imaculadas pétalas de uma alvura ligeiramente rosada, medindo a flor cerca de 18 centímetros de diâmetro. A segunda, da mesma cor, abriu as suas maravilhosas pétalas no dia 7 de julho do mesmo ano.
Essa espécie de lótus - flor sagrada da Índia - pertence à variedade da Índia Oriental que a ciência denomina Nelumbium Nelumbo.
Investigações geológicas demonstraram que o leito do referido lago foi drenado em consequência de um levantamento do solo proveniente de uma pressão interna da crosta terrestre, durante a época pleistocênica, período terrestre que precede imediatamente a última época glacial do nosso planeta, abrangendo aproximadamente o tempo entre 5.000.000 e 50.000 antes do tempo atual. Nesse tempo, quando as ditas sementes foram enterradas no limo do fundo do lago e, mais tarde, encravadas nas suas estratificações solidificadas, não havia ainda sobre a face da terra espécime algum da raça humana em estado de intelectualização. É possível que essas sementes de lótus tenham dormido o seu misterioso sono de vida potencial muito mais de 50.000 anos, o que faz adivinhar duração ilimitada da vida em estado de hibernação ou potencialidade, obrigando a nossa ciência a modificar, em muitos pontos, as suas teses e teorias tradicionais.

(Este texto é a tradução de uma carta enviada de Washington, pelo Dr. Horace V. Wester, ao Prof. Huberto Rohden, em 1953).

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Texto retirado em sua literalidade das páginas 7, 8 e 9 da obra de Huberto Rohden: Bhagavad Gita. 6ª edição.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Georg Wilhelm Friedrich Hegel - Primeiras noções

De maneira preliminar, demonstrarei o entendimento de alguns pontos específicos da Filosofia de Hegel (daquilo que até o momento pude 'compreender'):

Ciência:

Pode-se dividir a ciência em:
1. LÓGICA (metafísica) ou ciência da idéia em si e para si;
2. FILOSOFIA DA NATUREZA ou ciência de idéia em sua existência exterior a si mesma;
3. FILOSOFIA DO ESPÍRITO ou ciência da idéia que, após sua exteriorização, volta a recolher-se em si mesma.

Portanto, na natureza, assim como no espírito, encontramos a idéia. Só que na natureza a idéia tem uma existência exterior, ao passo que no espírito a idéia somente existe em si e para si (recolheu-se).

Consciência:

- PROCESSO DE FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA:
1. Relações Morais (família/ vida social);
2. Linguagem (simbolizações/ representações);
3. Trabalho (interação do homem com a natureza para extração de seus meios de subsistência).

As relações morais explicam o papel que o Outro exerce na formação da consciência de um indíviduo¹. Ou seja, o indivíduo só se reconhece quando o Outro o reconhece. E este, por sua vez, depende do reconhecimento daquele para se reconhecer como tal.
O trabalho mostra a maneira com que o homem interage com a natureza, considerando-a objeto donde extrai os meios de sua subsistência.
A linguagem se dá pelos processos de simbolização e representação e, pode-se dizer, origina as outras duas fases do processo (moral e trabalho), podendo ser considerada como de maior importância. Entretanto, não é assim tratada por Hegel, que estabelece as três fases em uma mesma linha de importância.


- ETAPAS DO PROGRESSO DA CONSCIÊNCIA:
1. Consciência sensível: trata-se daquela consciência que supõe apreender o concreto na sensação. Contudo, segundo Hegel, essa apreensão só se efetiva com o conceito do objeto, que permite estabelecer-se uma relação das qualidades sensíveis com o objeto determinado/conceituado;
2. Entendimento: trata-se da busca pelo alcance da essência dos fenômenos, sendo, portanto, o mundo supra-sensível produto do entendimento;
3. Consciência de si: diz Hegel "Ao retirar o véu que cobre o real, procurando penetrar nas coisas, encontramos apenas a nós mesmo."
Ou seja, a consciência descobre dentro dela o ser que ela achava estar fora de si, daí consciência de si;
4. Consciência de si em si e para si: aqui, pode-se dizer, a consciência chega ao seu ápice: é o momento em que ela se completa e é em si e para si, justamente pelo reconhecimento da Outra.


Dialética:

A dialética supõe Tese, Antítese e Síntese.

1. TESE: idéia absoluta ou razão - EU;
2. ANTÍTESE: sair de si da idéia - natureza - (desgradação) - NÃO EU;
3. SÍNTESE: regeneração da idéia no espírito - EU ABSOLUTO.


Fenomenologia do Espírito:

A Fenomenologia descreve o itinerário da alma que se eleva a espírito por meio da consciência; descreve a história do espírito humano: da consciência do conhecimento comum ao saber absoluto. Isso ocorre em etapas, dialeticamente, onde as mais elevadas contém as inferiores, como momentos suprassumidos (mantém-se as etapas inferiores).
Hegel concebe que devemos saber lidar com as contradições já que estas vem refutar afirmações e trazer uma nova concepção da consciência do real, de modo que aquelas são suprassumidas, isto é, negadas na idéia original, mas conservadas na sua essência profunda. Hegel exemplifica o movimento dialético com a flor, que nega a realidade do botão, mas que o conserva na sua essência já que a inexistência daquele acarretaria a sua inexistência.
Nas etapas, então, o inferior é anulado pelo superior, porém, sem que esta elimine aquela ao superá-la, mas, sim a conserva (a suprassume).
O saber absoluto (síntese no processo dialético) não é algo inacessível ao saber, mas é o saber de si mesmo no saber da consciência: a auto-reflexão. O saber fenomênico é o saber progressivo que o absoluto tem de si mesmo.


A dialética do Senhor e do Escravo:

Nessa metáfora, Hegel pretende demonstrar o processo da identidade da consciência em sua luta pelo reconhecimento pelo outro (a outra consciência). Verifica-se, porém, através de leitura da Fenomenologia, que essa luta pelo reconhecimento se dá, em verdade, em um único sujeito com duas - ou mais - consciências².
Primeiramente uma consciência - Senhor - visa submeter a outra ao tê-la como objeto - Escravo -, não obstante, ao mesmo tempo, por depender do reconhecimento desta, indiretamente a concebe também como sujeito. Assim, essa outra consciência - escravo - é, ao mesmo tempo, sujeito e objeto. Dessa maneira, as consciência se provam em uma luta de morte (dominação).
Ou seja, o senhor submete o escravo, contudo, depende que este o reconheça como senhor, reconhecendo, implícitamente, que o escravo é também sujeito. Este último, assim, é reconhecido como sujeito pelo senhor e para este trabalha, garantindo a sua existência.
Ora, dessa maneira o escravo supera sua condição de consciência submetida à do senhor, enquanto este, dependendo do reconhecimento e do trabalho daquele, se rebaixa a uma condição inferior.
Assim, invertem-se, dialeticamente, as posições das consciências e quem antes era sujeito, agora se reduz à mero objeto e o objeto se eleva a sujeito.

__________________________________
¹ 178. "A consciência de si é em si e para si quando e porque é em si e para si para uma Outra; quer dizer, só é como algo reconhecido."
Cap. IV - A, pg. 126. em HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Fenomenologia do Espírito.

² 178 "O desdobramento do conceito dessa unidade espiritual, em sua duplicação, nos apresenta o movimento do reconhecimento."
Idem.



Bibliografia:
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Fenomenologia do Espírito. Vozes. 1992
MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia. Jorge Zahar. 2005
CABALLERO, Alexandre. A Filosofia através dos textos. Cultrix. n/d.

quarta-feira, 3 de março de 2010

CENSURA NUNCA MAIS - 2ª edição

- - - - CAPA ORIGINAL - - - - CAPA QUE FOI ÀS BANCAS

Pois é: a capa da revista MAD foi censurada! Censura nunca mais... é só sonho mesmo.
Pior do que a censura, em si, é quem a censura protege: a Ministra da Casa Civil - e candidata à Presidência - Dilma Rousseff.
Agora pensemos: é ou não é uma incongruência alguém que lutou contra a ditadura aquiescer com uma censura expressa como a que foi submetida a revista MAD?

O mais curioso é que o blog da MAD postou críticas acerca da censura e, poucas horas depois, a postagem em questão desapareceu e nos deparamos com essa mensagem:
E, além disso, a editora Panini, responsável pela publicação, foi (a meu ver) coagida a divulgar a seguinte nota: "Com relação à questão da capa da edição 23 da revista "Mad", as decisões sobre a publicação das capas fazem parte de processos internos da empresa, não se tratando de qualquer tipo de censura ou veto".

E o que é pior: justamente essas contradições é que comprovam a existência da censura. Esse desespero de tentar provar o contrário é que evidencia que, sim, ainda não conseguimos acabar com a censura!
É triste imaginar quantas outras milhares de verdades nos são omitidas assim, como se jamais tivessem acontecido... e o que fazer para mudar? > DIVULGAR O QUE DESCOBRIRMOS!

Penso que, por ora, é o que podemos fazer.
E de olho na Dilma!

Mais em: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/02/26/censurada-capa-da-revista-mad-com-dilma-269651.asp

e em: http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/02/25/imprensa33960.shtml

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Lágrimas de Arruda


Conheçemos bem a história de José Roberto Arruda. Ele é acusado de distribuir propina a seus aliados. Quem é que não se lembra de Leonardo Prudente? O famoso do caso do 'dinheiro na meia'! (http://www.youtube.com/watch?v=qjjx0SLbp10).
Arruda teve sua prisão preventiva decretada nesta quinta-feira (11/02/2010). O decreto foi expedido após parecer da Procuradora-Geral da República. Por 12 votos a 2, os ministros da Corte Especial do STJ determinaram a prisão do governador e de mais quatro pessoas envolvidas na tentativa de suborno do jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Sombra. Arruda foi preso, portanto, por tentar subornar Sombra, para que este mentisse em depoimento à Polícia Federal.

Antes do episódio, Arruda chorou em público, durante um discurso e pediu perdão a todos que nele votaram e, portanto, lhe depositaram confianças.
Eu me pergunto: daonde é que essas lágrimas vêm?
Os políticos pensam que as lágrimas redimem até mesmo as maiores patifarias?

Que Arruda leve as lágrimas com ele para a cadeia e de lá saia um homem melhor.
Se lágrimas não resolvem, quem sabe a privação de liberdade o faça.

Estudos...


Já não é de hoje que o estudo vem sendo praticado de maneira equivocada.
Vemos que os alunos não mais estudam para, de fato, aprenderem algo. Mas sim, o fazem para 'tirar nota' na prova. O objetivo não é mais aprender: é 'passar de ano'.

Mas então deve-se utilizar outro termo, porque estudar não busca esses objetivos, mas sim, primordialmente, busca a apreensão de algum saber.

Esse assunto já me ocupa o pensamento há algum tempo, mas, principalmente, desde que fui aluna do professor André Peixoto, que critica o sistema de avaliação brasileiro com convicção e firmeza.
Mas o que me fez vir até aqui, exteriorar isso, foi o que um novo professor, Demeterco, falou no primeiro dia de aula:

"O problema é estudar para fazer a prova.
E não fazer a prova porque se estudou."

Parece bobo? Pois não é. Bem compreendida, você percebe que essa frase nos fala nada mais, nada menos que a verdade, que, apesar de verdade, é um fato lastimável.
Os alunos passam grande parte do tempo inertes, tranquilos; quando chega o momento da prova, 'estudam' na véspera e, pouco tempo depois de realizá-la, nada mais sabem sobre o assunto.


É esse o objetivo do seu estudo? Realizar uma prova, 'tirar nota e passar' e depois nada saber?
É provável, e esperado, que a resposta seja negativa.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Satyagraha

A Satyagraha, originariamente, foi uma filosofia desenvolvida por Mahatma Gandhi, que une as palavras Satya (Verdade), e agraha (firmeza), podendo ser, portanto, definida como "Firmeza na verdade"; foi método-base do famoso movimento Resistência Não-Violenta, desenvolvido pelo próprio Gandhi.

A Operação Satiagraha que hoje tanto ouvimos, por sua vez, é uma operação da Polícia Federal que visa investigar e punir autores de crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e desvio de verbas públicas. O termo Satiagraha foi utilizado com essa intenção: buscar a verdade; firmeza na verdade.
Como é sabido, o principal indiciado pela operação foi o banqueiro Daniel Dantas e, do outro lado, como principal investigador, temos o delegado Protógenes Queiroz.
Sabemos, igualmente, a inversão de papéis - e de valores - que aconteceu no decorrer da investigação: Protógenes, ao invés de ser clamado por desmascarar o banqueiro, foi afastado da ivestigação e acusado de excessos e de uso de meios de prova ilícitos. Dantas, pelo contrário, só se deu bem:
Em 8 de julho de 2008, Dantas foi preso. Todavia, no dia seguinte ao da prisão, o Ministro do STF, Gilmar Mendes, concedeu um habeas corpus para o banqueiro, por julgar desnecessária a sua privação de liberdade.
Em 10 de julho, o banqueiro é novamente preso, agora preventivamente, por corrupção ativa, isto é, por tentativa de suborno ao delegado Protógenes.
Pasmém: a Danta é concedido novo habeas corpus, novamente pelo Ministro Gilmar Mendes!
Não bastasse a concessão desse remédio constitucional, por duas vezes, no dia 13 de agosto do mesmo ano, foi aprovada a súmula vinculante número 11 - por unanimidade dos membros do Supremo - popularmente conhecida como "Súmula Cacciola-Dantas", com o seguinte texto:

"Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado."

Oras, é óbvio que essa súmula visa evitar que colarinhos brancos sejam 'constrangidos' dessa forma! Agora, que estejam informados os que dispõe de menor patrimônio, pois essa súmula, certamente, não será respeitada!


Enfim. Dando continuidade, após a equivocada concessão desses habeas corpus, em 14 de julho de 2008, o delegado Protógenes Queiroz foi informado que seria afastado da investigação por ter cometido excessos e, também, pela incompatibilidade de continuar nesta operação, por sua complexidade, e se preparar para um curso no qual estava inscrito: em outras palavras, o delegado estava começando a saber demais, o que não foi conveniente para o sistema corrupto que existe - e que desconhecemos! Protógenes até denunciou obstrução da investigação, mas não obteve êxito.

O Presidente da República, Lula, em duas ocasiões, se pronunciou a respeito do afastamento do delegado, mas nada fez além disso:

"Eu estranhei a notícia (sobre a saída de Protógenes), e já falei com o ministro Tarso Genro para conversar com a Polícia Federal porque eu acho que esse delegado tem de ficar no caso"

"... foi um erro brigar com o delegado, que é o herói da história"


Sei que essa postagem é extremamente intempestiva, todavia, não vejo problemas em fazê-lo e tentar disseminar o máximo possível este fato lamentável.
Não sei se ainda tem validade, mas deixo um link para, quem quiser, assinar uma petição direcionada ao Presidente da República, questionando o afastamento do delegado.

http://www.petitiononline.com/gandhi2/petition.html

E finalizo com uma lição de Gandhi: "Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição."

Essa é direcionada a tipos como o de Daniel Dantas: apesar de já ter mais do que a maioria das pessoas, querem mais e mais... e sempre mais!

domingo, 17 de janeiro de 2010

McCartney in Brazil II

Paul McCartney fará show em Curitiba no dia 25 de abril de 2010, na Pedreira Paulo Leminski, com abertura de Elvis Costello! Costello é so um brinde, o importante é que, sim, Paul virá!

O site inglês SongKick é que divulgou 5 possíveis datas de sua turnê pelo Brasil, constando Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Recife e Curitiba como destinos!
Porém, até o momento, nada está confirmado, embora a apresentação de Sir Paul McCartney no Brasil já esteja sendo especulada há tempos.

Eu já sei o que vou fazer: meu senhor, uma oração. Vou cantar para ver se vai valer! Laia Ladaia Sabatana Ave-Maria. Laia Ladaia Sabatana Ave-Maria!
Se é fraca a oração, mil vezes rezarei! Laia Ladaia Sabatana Ave-Maria! Laia Ladaia Sabatana Ave-Maria!


É o jeito. Rezar e ter fé que ele virá!



sábado, 2 de janeiro de 2010

Wolfgang Amadeus Mozart

Concerto para piano nº. 20 - 1º movimento Allegro - K466

Se vale a sugestão: ouçam essa música!

Sem dúvidas é, senão a melhor, uma das melhores composições de Mozart.
Não posso explicar o motivo tecnicamente, já que não entendo lá essas coisas de música... mas é a música que eu defino como emocionante.

Ademais, aproveito a ocasião para, brevemente, narrar a vida desse pequeno grande músico.

Johann Chrysostom Wolfgang Amadeus Mozart nasceu em 27 de janeiro de 1756, em Salzsburgo, na Áustria, sendo considerado um garoto prodígio, porquanto começou a compor com a idade de 5 anos. Em sua idade adulta, sabemos a importância cultural da obra de Mozart, dispensando demais comentários. Foi em 5 de dezembro de 1791 que Mozart veio a falecer, deixando inacabada uma de suas obras: o Requiem; sendo enterrado em uma vala comum, em Viena, não se tendo conhecimento do local exato de seu túmulo.
A saber, o K que antecede a nomenclatura de suas obras advém de uma catalogação das mesmas, realizada por Ludwig Köchel, daí a escolha da letra supra.

Espero ter sido breve, como prometera há pouco. E espero que a sugestão seja seguida e a obra de Mozart comece a entrar com mais frequência em vossos ouvidos.


"As paixões, sejam elas violentas ou não, nunca devem se expressar quando chegam a um ponto desagradável; a Música, mesmo nas piores situações, nunca deve agredir aos ouvidos, mas sim cativá-los e continuar sempre Música."
Mozart.