domingo, 18 de abril de 2010

A flor de Lótus


Vida Imortal

A Filosofia Oriental considera a planta de lótus como o símbolo da evolução ascensional do homem. Compara o corpo humano com o fundo lodoso do lago em que se acham as raízes da planta. Vê a mente nas hastes da planta que se lançam através da água. A alma é simbolizada pela flor de pétalas brancas que desabrocham na luz solar, imortalizando-se pela semente.
Terra - corpo
Água - mente
Luz - alma
As origens da Bhagavad Gita, que gira em torno da evolução do homem integral, remontam ao tempo dos Vedas, cerca de 5000 anos antes da Era Cristã. Mas as grander verdades contidas neste livro antecedem e ultrapassam todos os tempos.
Reproduzimos na capa deste livro uma flor de lótus, oriunda de uma semente que dormiu cerca de 50.000 (cincoenta mil) anos, e acordou em nosso século, fato esse que faz supor a existência duma vida potencial de duração quase ilimitada.
A história dessa flor é a seguinte:
Em 1920, um botânico japonês, por nome Ichiro Ohga, descobriu no leito seco de um lago da Manchúria um punhado de sementes de lótus. Segundo opinião dos peritos de três continentes, a idade dessas sementes remonta a uns 50.000 (cincoenta mil) anos antes da nossa Era.
Duas dessas sementes foram, em 1950, remetidas aos Estados Unidos, onde vieram parar nos Jardins Aquáticos de Kenilworth, Distrito Federal de Washington, sendo devidamente tratadas pelo insigne patologista botânico, Dr. Horace V. Wester. Sendo que essas sementes possuem um invólucro externo duríssimo, semelhante ao nosso coco, que as protege contra qualquer influência exterior, o Dr. Wester limou cuidadosamente uma das faces das sementes de lótus, a fim de lhes facilitar a penetração da umidade. Assim preparadas para a germinação, caso fossem vivas, colocou-as dentro de dois potes com terra e submergiu-as nas águas de um viveiro interno dos Jardins Aquáticos, porque era inverno, fevereiro de 1951.
Em julho do mesmo ano, pleno verão nos Estados Unidos, foram as duas sementes, assim acondicionadas, transferidas para um aquário ao ar livre, onde, dentro de poucos dias, começaram a germinar - com imensa estupefação do mundo profissional da América, Europa e Ásia.
Calculava o Dr. Wester que as duas lótus fossem florescer dentro de três anos: mas o fato é que a primeira desabrochou em 30 de junho de 1952, ostentando 16 imaculadas pétalas de uma alvura ligeiramente rosada, medindo a flor cerca de 18 centímetros de diâmetro. A segunda, da mesma cor, abriu as suas maravilhosas pétalas no dia 7 de julho do mesmo ano.
Essa espécie de lótus - flor sagrada da Índia - pertence à variedade da Índia Oriental que a ciência denomina Nelumbium Nelumbo.
Investigações geológicas demonstraram que o leito do referido lago foi drenado em consequência de um levantamento do solo proveniente de uma pressão interna da crosta terrestre, durante a época pleistocênica, período terrestre que precede imediatamente a última época glacial do nosso planeta, abrangendo aproximadamente o tempo entre 5.000.000 e 50.000 antes do tempo atual. Nesse tempo, quando as ditas sementes foram enterradas no limo do fundo do lago e, mais tarde, encravadas nas suas estratificações solidificadas, não havia ainda sobre a face da terra espécime algum da raça humana em estado de intelectualização. É possível que essas sementes de lótus tenham dormido o seu misterioso sono de vida potencial muito mais de 50.000 anos, o que faz adivinhar duração ilimitada da vida em estado de hibernação ou potencialidade, obrigando a nossa ciência a modificar, em muitos pontos, as suas teses e teorias tradicionais.

(Este texto é a tradução de uma carta enviada de Washington, pelo Dr. Horace V. Wester, ao Prof. Huberto Rohden, em 1953).

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Texto retirado em sua literalidade das páginas 7, 8 e 9 da obra de Huberto Rohden: Bhagavad Gita. 6ª edição.